No livro Reencontro com a Alma, de Larry Dossey,M.D. - Cultrix, tem uma passagem interessante:

Se quiséssemos ollhar para o mundo moderno e não para o mundo do xamã, onde poderíamos procurar evidência de uma mente partilhada com os animais ?

A evidência pode estar em toda parte. Por exemplo, seria difícil convençer milhões de donos de animais de estimação de que eles, às vêzes, não se "comunicam" com seus cães, gatos, pássaros, ou mesmo com seus peixinhos dourados. Todos, em alguma ocasião, já se sentiram na mesma "frequência" do animal. Esse sentimento é particularmente pronunciado em alguns vegetarianos que se sentem tão ligados à vida animal que não conseguem comer carne.

"E impossível explicar a opção de algumas pessoas pelo vegetaniarismo como uma decisão puramente intelectual". Há algo mais - talvez um autêntico sentimento de consciência partilhada entre humanos e animais.

Numa inclinação semelhante, o crescente movimento contra as experiências com animais pode representar a mesma vinculação. Nesses tres exemplos - donos de animais de estimação, vegetarianos e reação contra experiências com animais - podemos estar testemunhando vestígios da época em que a humanidade realmente sentia que compartilhava a consciência com o reino animal.

Às vezes, bichos devolvem o favor, comportando-se de forma a sugerir que compartilham a consciência conosco. Será este o motivo do eufemismo que diz ser o cão "o melhor amigo do homem"? Porque ele deseja sê-lo ? Só pelos restos de comida ?

Talvez, embora eu não esteja convencido disso. E as histórias lendárias de animais que vão em auxílio de seres humanos em perigo, como golfinhos que salvam marinheiros prestes a se afogarem, ou cães e cavalos que conduzem pessoas perdidas a um lugar seguro? Não se pode descartar de imediato a possibilidade de que eles estejam respondendo a seus sentimentos de uma consciência compartilhada conosco.

O chefe dakota Lutero Urso em Pé, expressa o vínculo :

A afinidade com todas as criaturas da Terra , do Céu, da Água era um princípio ativo. Em relação ao mundo animal e aos pássros havia um sentimento fraterno que mantinha os dakotas seguros entre eles, e tão íntimos alguns dakotas ficaram de seus amigos peludos e emplumados que, em verdadeira fraternidade, eles falavam uma língua comum.

A idéia da mente não-localizada implica que nossa mente individual faz parte de algo maior, algo que não podemos reclamar como sendo de nossa propriedade. Levar esta idéia ao coração requer uma certa humildade - não humildade como uma gentileza existencial que não passa de uma máscara para o sempre engenhoso ego, mas a verdadeira humildade. É ela que nos permite perceber que a consciência não é uma propriedade exclusiva do ego; que é partilhada não apenas por outras pessoas, mas talvez por outros seres vivos também. É a humildade que nos permite levar a sério a possibilidade de estarmos em pé de igualdade com outras criaturas de Deus.

Se os relatos sobre os xamã forem corretos, e existir de fato uma comunicação significativa entre homens e animais, então o conhecimento do homem sobre o "caminho de volta" pode ser compartilhado com a mente animal.

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