Conto de Natal


Com muito brilho nos olhos as pessoas caminhavam apressadas pelas ruas da cidade, admirando as vitrines enfeitadas que davam um colorido diferente na paisagem. Tudo convidava para o bem e para a grande festa espiritual do ano.

Havia um clima de generosidade no ar, todavia para ele, isto parecia muito falso, devido às profundas marcas que trazia no peito, fruto da falta de compreensão, quando não lhe deram chance de reparar seus erros, para que pudesse crescer e desenvolver seus sentimentos, não lhe mostraram que existiam outros caminhos que o levariam à luz, à paz e a vitória.

O que ele mais precisava naquele momento era de um amigo, para que pudesse tratá-lo como um irmão,incentivando-o a nutrir seu corpo e sua mente de novos sonhos, mostrando que a vida é um dom maravilhoso e que é preciso vivê-la intensamente.

Depois de ter se alimentado a sós em uma farta mesa, saiu pela cidade buscando encontrar o sustento para seu coração tão carente de afeto.

Já quase sem forças de tanto procurar uma palavra sincera, sentou-se numa praça distante, onde mal podia ouvir as comemorações que as pessoas faziam em suas casas,comendo, bebendo e trocando presentes, não se lembrando que o Natal é uma festa de interiorização, onde o principal alimento deveria ser o amor ao próximo.

Ficou ali por muito tempo, até que dele se aproximou alguém que possuía beleza sem orgulho,força sem violência, coragem sem ferocidade e, ao se olharem, descobriram que poderiam ser bons amigos e juntos saíram felizes, caminhando na certeza que nunca mais estariam sozinhos.

O seu melhor amigo agora é este cão que soube lhe dedicar todo o seu amor sem nada pedir em troca, sómente que ele existisse!

Feliz Natal a todos!


Fonte: Vininha F. Carvalho

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