Cães têm capacidade para compreender sinais visuais e sonoros


Os cães são capazes de fazer a ligação entre duas ideias simples. Entretanto, eles não conseguem relacionar fatos distantes no tempo. Por exemplo, se um cão fugir durante um passeio com o tutor e só voltar duas horas mais tarde, ele não poderá compreender a punição que receber. O animal associará a punição ao seu retorno, e não ao fato de ter permanecido duas horas longes. Se o retorno provocar uma boa acolhida, com palavras de estima, uma palmadinha amigável ou uma guloseima, o cão sempre voltará, por saber que é isso que o tutor deseja.

Os cães percebem muito bem os comportamentos mais sutis das pessoas, mesmo que sejam demonstrações inconscientes de prazer, desagravo, raiva, ou simplesmente a intenção de fazer algo. Afinal, é assim que os membros de uma matilha se comunicam usando linguagem corporal e sons para expressar suas emoções. Evidentemente, o cão não pode compreender por completo a linguagem humana: o significado é aprendido principalmente pelo tipo e pela tonalidade do som.

A capacidade canina de compreender sinais visuais e sonoros é utilizada quase sempre de maneira complexa. Não é o medo que possibilita o adestramento, mas o desejo de agradar. Ele motiva o animal a aprender tarefas difíceis, que são realizadas em resposta a determinados sinais, mesmo que estes sejam dados a uma longa distância.

As características comportamentais inatas de muitas raças são bem conhecidas. Mesmo sem adestramento, os cães de caça adoram apanhar objetos com a boca. Os pointers inconscientemente encaram para coisas que despertam o seu interesse, antes mesmo de investigá-las. Os cães pastores gostam de pastorear todos os animais, inclusive aos homens. Os dobermans e os terriers têm comportamento de cães de guarda.

O tutor do cão quase sempre é visto pelo animal como líder da matilha. A proteção da casa e de seus moradores contra estranhos, sejam pessoas ou outros cães, é instinto básico do cão. Se um homem desconhecido ou um outro cão forem aceitos sem agressão pelo líder, o cão também os aceitará. Na ausência do líder, porém, o cão assume o comando da situação e pode agir de forma diferente.

Visitantes ocasionais do território geralmente têm atitudes que acabam reforçando o instinto protetor dos cães. Frente à hostilidade do cão, o visitante foge rapidamente, o cão vê esta atitude como uma demonstração de medo e acaba relacionando o uniforme dos carteiros, por exemplo, com o seu ataque de fuga instantânea. Para resolver este problema, o tutor deve apresentar os visitantes ao cão, fazendo-o perceber que aquela presença deve ser aceita. 


Fonte: Vininha F. Carvalho


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