Animais enxergam as cores de maneira diferente do ser humano


A retina das pessoas capta três tipos de cores: o azul, vermelho e verde, o que permite enxergar uma variedade enorme de cores. Existem dois tipos de células sensíveis à luz no olho: os cones e os bastonetes. Os humanos possuem até seis milhões de cones na retina. Enquanto os bastonetes respondem à intensidade luminosa (níveis baixos ou altos de luz), os cones leem as frequências da luz, permitindo que as cores sejam identificadas.

Assim, os bastonetes permitem ver de noite ou com pouca luz e os cones possibilitam perceber distintas cores. Tanto nos bastonetes como nos cones, existem moléculas de um tamanho relativamente grande que absorvem os fótons que chegam a elas e que são as que produzem finalmente impulsos elétricos no nervo óptico.

O cérebro dos animais interpreta a combinação das frequências de uma forma diferente. Para que um animal possa perceber as inúmeras cores, precisa ter pelo menos duas classes diferentes de células sensíveis à cor em seu olho, os cones, e uma capacidade cerebral que possa entender as mensagens que recebe destas células.

Os gatos reagem apenas às cores violeta, azul, verde e amarelo. Como resultado dessa condição, a visão deles é embaçada e eles não conseguem ver os detalhes de objetos. Apesar de não terem uma visão capaz de distinguir muitas cores, eles são capazes de detectar qualquer movimento. Isto também é reflexo do campo de visão dos gatos, que é de 200°. O do ser humano é de 180°. Tal característica permite que o animal tenha uma visão panorâmica mais ampla.
O gato enxerga no escuro cerca de seis a oito vezes melhor do que os humanos, e isso se deve a presença de diversos bastonetes na visão, que é um componente da retina responsável pela recepção de luz no escuro.

O cão pode ver em cor, mas não tantas cores como os humanos, já que possui só dois tipos distintos de cones. Ele consegue distinguir o azul do amarelo, do vermelho ou do verde, mas não diferencia o vermelho do verde. Os caninos veem na escuridão de quatro a cinco vezes melhor do que o ser humano.

A pomba possui até cinco tipos diferentes de cones, logo percebe mais cores do que um ser humano. A borboleta possui quatro tipos diferentes de cones. Um tipo de camarão tem pelo menos doze classes de células sensíveis à cor e provavelmente seja o animal que mais cores percebam.

Há casos de animais que não possuem cones e só disponha de bastonetes em seu olho. Eles não poderão perceber cor alguma, apenas mudanças de intensidade de luz. Seu mundo é um mundo de sombras, no qual as sombras menos escuras correspondem a mais luz e as menos escuras, a menos luz. Este é o caso, por exemplo, das salamandras.

Também não verá a cor um animal que, além de bastonetes, só possua um tipo de cone (são necessários dois, no mínimo, para distinguir cores). Assim, seu mundo não será em escala de cinzas como, no caso da salamandra, mas na escala da única cor que percebam seus cones. Isso é que acontece com o polvo.

Ainda há o caso de animais que possuem células sensíveis a frequências que ficam em faixa do espectro eletromagnético não visível para os olhos humanos. É o caso das abelhas, que veem a luz ultravioleta (UV), uma frequência que é invisível para os humanos. As abelhas usam esta visão em UV para ver os padrões das pétalas florais, os quais lhe indicam onde se encontra o néctar.


Fonte: Vininha F. Carvalho

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