Fim da quarentena exige adaptação no convívio com os pets



A adoção de um animal deve ser sempre uma decisão consciente. A reclusão recomendada pelos órgãos de saúde mudou a rotina de muitos humanos e pets. As pessoas começaram a trabalhar de casa e adiaram os eventos sociais. Ficar em casa foi necessário, mas agora, iniciou o momento da gradativa retomada a antiga rotina.

Os pets foram ótimos aliados nesta época de quarentena, proporcionando apoio emocional e psicológico, além de ajudar nos exercícios físicos durante as brincadeiras em casa.

Durante a pandemia, abrigos para pets em Nova York contabilizaram um aumento de quase dez vezes na procura por cães e gatos em março. No Brasil, a situação foi semelhante. Apesar dos centros de acolhimento terem conseguido realizar muitas doações de cães e gatos, há a preocupação com a responsabilidade dos novos tutores com os animais quando a quarentena acabar e o cotidiano voltar ao normal.

Ao adotar um pet durante o isolamento social, o tutor conseguiu se dedicar 100% ao pet. O animal acostumou com a presença constante do seu companheiro favorito. Porém, com a flexibilização da quarentena, ele poderá estranhar a mudança na rotina, sentir-se solitário e, em alguns casos, desenvolver a chamada ansiedade de separação, um momento de estresse agudo que surge quando o animal tem que ficar sozinho.

"Os pets podem desenvolver a Síndrome de Ansiedade por Separação (SAS) e manifestar sintomas como: lamber excessivamente as patas ou o corpo, miar muito, recusar comida, orelhas baixas, permanecer no canto e recusar interação, não sair de perto do tutor de jeito nenhum, perda de pelo e, em alguns casos, vômito", explica a Dra. Fernanda Duran, médica-veterinária da Mars Petcare.

Para amenizar os impactos psicológicos depois da quarentena, é importante que seja realizado um retorno gradual à nova rotina, incluindo os novos horários para as brincadeiras. Ensinar o pet gradativamente a ficar sozinho na casa é essencial.

O tutor deverá escolher um período da manhã e outro da tarde, onde passará meia hora em outro ambiente, sem qualquer tipo de interação com o animal. Deverá ser aumentado este tempo no decorrer do período de adaptação. O ambiente onde o pet permanecerá precisará estar preparado para isso, enriquecido com brinquedos diferentes, água, lugar para descansar e outro onde possa fazer suas necessidades fisiológicas. O cronograma que o tutor elaborar deverá permitir que o animal se sinta seguro para assimilar a mudança na rotina, sabendo aguardar o momento prazeroso para interatividade, recebendo muito carinho e atenção.

Em todo o mundo, surgiram notícias de cães e gatos abandonados por suas famílias, devido ao medo de que os animais pudessem ser fontes de transmissão do novo coronavírus (Sars-CoV-2), que provoca a Covid-19. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), atualmente, não há evidências ou comprovação de que animais domésticos, como cães e gatos, possam ser fonte de infecção da COVID-19. O contágio ocorre apenas entre humanos através do contato físico ou secreção de pessoas infectadas. Já a Organização Mundial da Saúde Animal (OIE) também reforçou que não há evidências de que os cães tenham algum tipo de papel na disseminação da doença.

O animal que foi adotado para espantar o tédio na quarentena jamais poderá ser abandonado. Ele merece ser amado e respeitado. O laço de amizade criado deverá ser fortalecido no convívio pós- pandemia.


Fonte: Vininha F. Carvalho

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